Durante o café da manhã meu marido parecia muito cansado, seu rosto estava pálido e suado. Quando ele estendeu a mão para pegar a xícara de café notei que ela estava tremendo.
- O que há de errado? - Eu perguntei. -Você não dormiu bem esta noite? Está doente?
-Eu não sei. - ele respondeu. – Aconteceu uma coisa estranha... Eu não sabia se estava dormindo ou acordado. Você já teve um sonho que parecia tão real que você não sabia se era realmente um sonho?
Ele fez uma pausa por um longo tempo antes de continuar...
- Na noite passada eu tive um destes sonhos... - disse ele. - No sonho eu havia despertado suando frio. Meu coração estava acelerado e eu respirava pesadamente. Então eu fui para o banheiro tomar um pouco de água, mas algo não parecia certo. Eu olhei para cima e vi que o teto não estava mais lá. Em vez disso, era como se eu estivesse olhando para cima de um túmulo. Eu podia ver as bordas da sepultura acima de mim. Havia pessoas reunidas ao redor do túmulo, mas não reconhecia nenhumas delas exceto por um homem. Ele parecia exatamente comigo. Os mesmos olhos, o mesmo nariz e o mesmo rosto. Era uma cópia clara de mim mesmo. Então ele se inclinou sobre o túmulo e olhou para mim. Um largo sorriso se espalhou por seu rosto e ele disse:
- Você viveu o tempo suficiente, agora é hora de deixar alguém viver por um tempo.
- Então voltei para o quarto e me deitei na cama. Não me lembro se eu estava acordado ou dormindo.
Na manhã seguinte quando meu marido sentou junto a mesa para o café da manhã ele parecia ainda pior. Seu cabelo estava desarrumado e de sua testa pingava suor.
-Eu tive o mesmo sonho de ontem. - disse ele com sua voz tremendo.
Ele não disse mais nada, mas quando saiu para trabalhar e me beijou eu pude ver o medo em seus olhos.
Eu comecei a ficar muito preocupada. Meu marido sempre foi uma pessoa calma e relaxada, porém agora parecia que ele estava se transformando em uma pilha de nervos.
Toda noite, durante uma semana, ele teve o mesmo sonho. Pela manhã, antes de sair para o trabalho, ele me contava sobre o seu sonho. Seu rosto estava sempre pálido, seus olhos mostravam o medo que ele sentia por essa situação, e então ele começou a ficar magro e com aparência de doente. Eu decidi que era hora de levá-lo a um psicólogo.
No entanto, na manhã de sábado, ele acordou muito mais tarde do que o habitual e quando se sentou junto a mesa para o café da manhã parecia estar muito melhor. Ele parecia saudável e vigoroso novamente.
- Você teve aquele sonho de novo ontem à noite? - Eu perguntei.
Ele olhou para mim. Um largo sorriso se espalhou por seu rosto e ele disse:
-Que sonho? “Eu não tenho idéia do que você está falando”.
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