Muito da cultura de um local tem a ver com a comida típica de cada ambiente, mas parece que sempre haverá uma rede de fast food para ignorar isso e tentar transformar o estilo norte-americano de alimentação em universal. Será? Ou existe, por acaso, algum lugar no mundo livre das filiais dos lanchinhos do palhaço vermelho e amarelo?
Bem, de acordo com o npr, ainda há 105 países que não abriram suas portas para a entrada da gigantesca rede de alimentos nada saudáveis. Entre esses países estão Gana, Jamaica, Yemen, Tajiquistão, Vaticano e Coreia do Norte. Ainda assim, o gigante está muito bem distribuído ao redor do mundo. De acordo com Jack Russo, analista de políticas de bem de consumo, dois terços das lojas da rede estão localizados fora dos EUA.
Globalização
Se por um lado são 105 países sem algum restaurante da rede, por outro, 119 já foram “colonizados” pela gigante, num total de 34.480 lojas. O sociólogo Miguel Centeno, da Universidade de Princeton, afirma que a rede é capaz de separar o mundo rico do mundo pobre e que, se há McDonald’s em um país, ele pode ser considerado rico de certa forma. Centeno fez um mapa chamado “As batatas fritas que nos unem” (imagem acima) e, segundo ele, se você olhar o mapa e vir onde existem os restaurantes da rede, vai perceber que os pontos não indicam onde há cultura, mas onde há dinheiro.
Uma vez que se fale em dinheiro e nesse tipo de domínio é difícil não mencionar questões políticas. Na Bolívia, por exemplo, o presidente Evo Morales declarou, em um discurso em fevereiro desse ano, que esse tipo de estabelecimento tem como único objetivo o arrecadamento de dinheiro: “eles não estão interessados na saúde dos seres humanos, mas somente em seus ganhos e lucros coorporativos”. Na Bolívia, o McDonald’s não está mais presente, ainda que outras redes de fast food sejam encontradas pelo país.
Enquanto em alguns países a rede é banida, em outros, como a Islândia, ela simplesmente não faz sucesso. Lá, existiam apenas três restaurantes da rede, que, após 18 meses, foram fechados. O problema era o preço, já que todos os ingredientes eram importados. A conta acabou não valendo a pena.
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