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Contos de terror#16:O COPO


 Artigo não recomendado para pessoas sensíveis ou com problemas cardíacos.
E antes de tudo, galera, muito obrigado pelo carinho. Sem vocês, acreditem nada disso teria sentido. Uma boa leitura!  
                                                        O Copo
By: Letícia Fleming
Sempre fui adepta a assistir filmes de terror e ler esses contos assustadores. Meus preferidos sempre foram aqueles que contêm espíritos e fantasmas. Poucos realmente me assustavam e eu os via por pura diversão, até porque sempre achei uma bobagem essas histórias de fantasmas. Mas um dia eu e uma amiga combinamos de jogar o famoso jogo do copo.Eu, certa de que nada aconteceria, esperei um dia em que ficaria sozinha em casa e chamei minha amiga Mary para jogarmos o tal jogo.
Quando ela chegou, arrumamos o tabuleiro e eu fui até a cozinha pegar um copo. Um arrepio percorreu o meu corpo. Olhei ao redor e percebi que todas as janelas estavam fechadas. Achei estranho, mas logo esqueci o ocorrido e fui em direção à sala, onde se encontravam Mary e o tabuleiro. 
Coloquei o copo perto do tabuleiro, que continha todas as letras do alfabeto, as palavras “sim” e “não” e números de 1 até o 10. Apagamos as luzes e acendemos algumas velas que minha mãe guardava por precaução. Mary me encarou.
- Pronta? perguntei. Acho que sim…Bem, quer mesmo fazer isso, Lisa? - Ela me perguntou.Pude perceber que ela estava meio pálida. – Oras, você está com medinho? ri em voz alta, afim de provocá-la.                                                                                                                                            
Ela balançou a cabeça negativamente e se sentou ao meu lado, no sofá. A sala e o resto da casa tinham uma aparência sinistra, já que a única luz era a das velas. Eu e Mary colocamos as mãos sobre o copo e eu fiz a primeira pergunta.- Há alguém aqui com a gente? Esperamos alguns segundos e nada ocorreu. – Vamos, espíritos, onde estão vocês? Nada! Encarei, Mary, que parecia aliviada.Viu, Mary, eu te disse…Antes que eu pudesse terminar a frase, o corpo começou a se mexer. Mary me cutucou e sussurrou:  -Lisa, isso não tem graça! Eu não fiz nada!
O copo voltou a se mexer e eu cutuquei Mary, para que ficasse quieta.
- Se há alguém aqui, diga seu nome. 
O copo se moveu para a letra “N”, e em seguida para o “E”, “R”, “O” e então parou.
- Nero. – falei para mim mesma. – Você é um fantasma?
Depois de alguns longos segundos, o copo se moveu para a palavra “não”.
- Então, o que você é?
Quando percebi que não teria resposta, olhei para Mary. Ela parecia assustada. Até aquele momento, eu não estava, mas a série de acontecimentos que se iniciaram naquele instante, me fez ter realmente medo.
Ouvi um barulho, vindo da cozinha. Eram barulhos metálicos e de copos e pratos se partindo. Encarei Mary, que estava com os olhos arregalados. Hesitei por um instante e me levantei. Fui a procura do interruptor, mas ao localizá-lo, percebi que estávamos sem energia elétrica. Olhei pela janela e percebi que a rua toda estava iluminada.
- Mas que droga é essa? – perguntei em voz baixa para mim mesma. Fui em direção a cozinha, e o pouco que pude enxergar fez meu estômago se contorcer. Todas as panelas estavam no chão, o que explicava os barulhos metálicos. Mas os pratos e os copos estavam realmente todos quebrados, mas dentro dos armários. Voltei à sala, e percebi que Mary não estava mais ali.
- Mary? – a chamei em voz alta.
Peguei uma das velas e saí à procura da minha melhor amiga. Naquele instante, eu chegava a tremer de medo e não tinha noção do que fazer. Meus pais estavam viajando e voltariam apenas na manhã seguinte. Eu já não tinha a mínima noção das horas, mas como percebi que a maioria das luzes estavam apagadas, conclui que já era de madrugada. Não havia sinal da Mary em nenhum cômodo do andar de baixo, então decidi subir as escadas, sempre chamando por ela.
O andar de cima, onde ficavam os quartos, estava igualmente escuro como o outro andar da casa. Tudo estava silencioso, até que ouvi um barulho, que até hoje eu não sei descrever, vindo do meu quarto. Hesitei, mas fui em direção à porta que estava fechada. Eu estava suando frio, e ao tocar a maçaneta da porta, senti novamente um arrepio tomar conta do meu corpo. Fechei os olhos e abri a porta, empurrando-a devagar. Abri meus olhos e desejei não ter aberto. Dentro do quarto, estava Mary deitada na cama. 
- Mary? a chamei. 
Ela não falava e não se movia. Mary estava morta. Fiquei em estado de choque. Não conseguia me mover nem falar. Só sai do estado de transe, quando ouvi a porta atrás de mim se bater. Virei-me, com meus batimentos cardíacos a mil e vi a pior coisa da minha vida. Não sei dizer se aquilo era uma pessoa, mas era realmente tenebroso. Tinha os olhos vermelhos e um sorriso horroroso que parecia me hipnotizar.
Após isso, desmaiei e só acordei horas depois, com barulhos de sirenes. Meus pais haviam chegado e tinham chamado a polícia, aparentemente. Depois disso, nunca mais entrei naquela casa, já que semanas depois, fui internada em um hospital psiquiátrico. A causa da morte de Mary é desconhecida até hoje e a casa que antes habitava com meus pais foi incendiada dias após o ocorrido. Hoje em dia, 10 anos após o ocorrido, ainda tento não me considerar a assassina de Mary e ainda tomo drogas pesadas para tentar ao menos dormir, o que é em vão, porque ao fechar os olhos, vejo os olhos e o sorriso dele… o sorriso de Nero.
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Autor Patrick Neves

O tipo bom de má companhia...

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